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'Viciada' em quibe de arroz, fisioterapeuta muda alimentação e emagrece 35 kg em 5 meses

Jociane Bezerra conta que toda a família entrou na dieta e juntos perderam mais de 100 kg. Além da alimentação, fisioterapeuta passou a caminhar e fazer funcional e hidroginástica. 

Por Quésia Melo, G1 AC, Rio Branco
A fisioterapeuta Jociane Bezerra, de 32 anos, conta que é "viciada" em quibe de arroz e chegou a pesar 86 quilos antes de decidir fazer uma reeducação alimentar aliada com exercícios físicos. Em maio de 2016, Jociane começou a dieta e em cinco meses conseguiu emagrecer 34 kg. Hoje pesa 52 kg e permanece fazendo acompanhamento com o nutricionista. Porém, segundo ela, toda a família entrou na dieta e juntos emagreceram mais de 100 kg.

"Se hoje sou 'viciada' em quibe de arroz imagina na época. Na consulta a nutricionista perguntou qual era a minha maior dificuldade, eu falei do quibe e disse que não aguentava mais, só pensava e sonhava com isso. Foi então que a nutricionista me liberou para comer o quibe, eu fiquei muito feliz e então ela disse 'mas é um quibe para a família toda'. Sobrou só uma mordida para mim" conta.

Após o emagrecimento, a fisioterapeuta diz ter descoberto que tinha mais de 500 pedras na vesícula, gastrite e gordura no fígado. Jociane também tinha uma patologia chamada Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que causa problemas respiratórios como a falta de ar e ia ao hospital várias vezes por mês.

"Foi nesse momento que pensei em desistir, eu não conseguia entender, pois na minha cabeça eu pensava 'quando era gorda não sentia nada'. O médico explicou que as pedras estavam escondidas nas gorduras, pois eu tinha muita gordura e fiz a cirurgia em novembro de 2016. Até hoje não sinto mais falta de ar, minha vida mudou, sou outra pessoa e quero continuar nesse caminho", afirma.

Mudança
O desejo de mudar de vida surgiu quando a fisioterapeuta estava em uma palestra sobre obesidade no Hospital das Clínicas. Jociane foi convidada por uma amiga, mas conta ficava olhando o celular durante a palestra e depois saía para comer cachorro-quente, pizza e tomar refrigerante. Porém, após ir como ouvinte no local pela terceira vez, um recado do médico acabou alertando ela para os riscos das doenças causadas pela obesidade.

"Quando minha amiga me chamava eu dizia que não ia [para a palestra] e que a melhor coisa era comer, dizia que se morresse amanhã morreria feliz e com a barriga cheia. Durante uma palestra o médico destacou que podia falar mil vezes sobre os riscos, mas se eu não tomasse a decisão não adiantaria. No mesmo dia conheci uma outra moça que havia emagrecido e pensei 'se ela conseguiu porque não posso?'. Nesse dai saí da palestra e não fui comer", conta.

Decidida, Jociane começou a dieta com acompanhamento de uma nutricionista no Hospital das Clínicas. As comidas gordurosas e salgadas foram substituídas por frutas, verduras e grelhados. Para manter o foco, passou a fazer toda as comidas da família que também entrou no processo de reeducação alimentar. A fisioterapeuta come de três em três horas e bebe três litros de água por dia.

"Por trabalhar na área da saúde eu já sabia dos malefícios de estar acima do peso, mas eu ainda não tinha me tocado. Se eu fizesse a dieta sozinha, mesmo sendo determinada, eu não teria conseguido. Até minha sobrinha entrou na dieta. A alimentação errada fazia parte da rotina da família, pois onde um comia, todos comiam", destaca.
A mulher conta que antes da reeducação havia feito várias dietas 'malucas' para buscar emagrecer rapidamente e até tomou remédios. Jociane destaca que a reedução alimentar não foi um processo fácil e chegou várias vezes a chorar por não querer ingerir a comida saudável e ter vontade de voltar para os alimentos gordurosos e salgados.

A dieta foi aliada a exercícios físicos na Associação dos Portadores de Obesidade do Acre (Apoac), em Rio Branco. Jociane fazia caminhadas às 5h da manhã e aula de dança. Na associação começou a fazer funcional e hidroginástica. Além disso, coloca o celular para despertar a cada três hora para comer frutas e a cada uma hora para tomar água.

"Eu fazia várias coisas erradas, não comida na hora certa nem bebia água. Eu emagrecia, mas depois de dois meses estava ainda mais gorda do que quando havia começado a dieta. Quando tomei a decisão senti falta de farinha, frituras e doces, mas isso não entrava mais na minha casa", diz.

Após a mudança, a fisioterapeuta conta que várias pessoas perguntam qual remédio ela tomou para conseguir emagrecer. Para Jociane, muitas pessoas querem emagrecer, mas não aceitam mudar a rotina sedentária e a alimentação. Por isso, ela criou um grupo no Whatsapp para ajudar outras pessoas a saírem da obesidade.

"Você não pode esperar por ninguém, tem que tomar a decisão e ser forte. As pessoas alegam que não têm tempo, mas eu trabalho o dia inteiro e consegui. Quem quer mudar precisa realmente ter força de vontade, procurar apoio e não desistir", finaliza.


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