Secretário não descarta chegada de uma das facções mais violentas do país ao Acre
O secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, afirmou durante entrevista ao jornal Folha do Acre, na tarde desta quinta-feira (6), que não descarta a chegada da terceira maior facção criminosa do país ao estado. A Família do Norte, também conhecida pelas iniciais FDN, é um dos grupos criminosos mais violentos em plena ascensão no Brasil.
Agentes penitenciários que atuam nos presídios da capital afirmam que a FDN vem se instalando no Acre e que, inclusive, já fechou acordo com o Comando Vermelho para confrontar o “Bonde dos 13”, facção acreana ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de origem paulista.
Farias diz que é possível que tanto a FDN como também outras facções espalhadas pelo país procurem se instalar no Acre por estar localizado em região de fronteira e, com isso, torna-se alvo dos criminosos.
“Ainda não temos evidências de que esses crimes tenham ligação com essa nova facção. Mas a suspeita sempre existe, de qualquer facção. Mas pra você ter uma facção capaz de motivar e fazer eventos você tem que ter ela muito consolidada, e as consolidadas aqui são CV e PCC e B13”, informou.
O que é Família do Norte-FDN ?
A Família é resultado da união de dois grandes traficantes, Gelson Lima Carnaúba, o Mano G, e José Roberto Fernandes Barbosa, o Pertuba. Segundo a PF, após passarem uma temporada cumprindo pena em presídios federais, os dois retornaram para Manaus, em 2006, determinados a se estruturarem como uma facção criminosa. O resultado é o grupo que foi alvo da operação La Muralla, em 2015, flagrado movimentando milhões por mês com o domínio da “rota Solimões”, usada para escoar a cocaína produzida na Bolívia e no Peru por meio dos rios da região amazônica.
Embora seja aliada do CV, a FDN nunca aceitou ser subordinada a nenhuma outra organização. No inquérito que deu origem à La Muralla, os investigadores perceberam que o PCC estava “batizando” criminosos amazonenses de modo a aumentar a presença no Estado. Essa ação desagradou a FDN, que ordenou a morte de três traficantes ligados à facção paulista. Cerca de um ano após iniciar a perseguição ao PCC, e agora com o apoio do CV, a FDN pôs em prática o plano de acabar com a facção paulista em todo o território brasileiro.
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