Aos 82 anos, aposentado trabalha como taxista para ajudar filhos desempregados
Ele trabalha há 45 anos na praça em Cruzeiro do Sul. ‘É daqui que tiro parte do sustento de minha família’, diz.
Quase 50 anos na praça e muito disposição. Aos 82 anos,
o aposentado Remildes de Abreu, mais conhecido como Mildes, ainda trabalha como
taxista, profissão que começou a seguir ainda em 1972.
Bem disposto, é possível ver o
aposentado do antigo Território Federal do Acre todos os dias no ponto dividido
por 150 taxistas em Cruzeiro do Sul.
A motivação para se manter no
mercado de trabalho, segundo ele, é que precisa ajudar quatro filhos que estão
desempregados e também porque não consegue ficar parado em casa. Atualmente,
ele ganha 30% do que fatura nas corridas, pois, trabalha com o carro de um
amigo. Experiente, ele conta que já teve carro próprio na praça, mas precisou
vender para quitar dívidas.
O trabalho de taxista lhe rende
cerca de R$ 600 a R$ 900 por mês. “Trabalho como taxista desde 1972, eu ainda
era funcionário público, mas nas horas de folga trabalhava para aumentar meu
faturamento. Em 1984, me aposentei e passei a trabalhar como motorista de táxi
e até hoje faço isso com muito gosto e zelo”, conta.
O trânsito e a modernidade dos
veículos são as principais mudanças apontadas pelo aposentado no decorrer
desses 45 anos. “Os carros daquela época era Rural, Fusca e Brasília. Não tinha
estes carros modernos e o trânsito era mais tranquilo”, relembra.
Ele conta que o primeiro carro foi
um Fusca e que chegou a ter três carros, mas as coisas foram apertando e a
venda dos veículos foi a única forma de se livrar das dívidas. “Trabalho para
manter minha família. Tenho quatro filhos desempregados que moram em minha
casa. Tenho que batalhar para ajudar eles”, justifica.