Após anos em situação de rua, menino reencontra e volta a viver com a mãe
O caso tramitou em segredo de Justiça na 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco
LAMLID NOBRE, DO CONTILNET
Um menino de 11 anos após anos sendo maltratado pelo pai, ter sido rejeitado pela madrasta, ser colocado em acolhimento institucional e viver nas ruas de Rio Branco teve a chance de voltar a viver com sua mãe, encontrada no Mato Grosso do Sul.

Menino preferias as ruas do que ser maltratado pelo pai./Foto: Reprodução
O caso tramita em segredo de Justiça na 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco e teve seu desfecho no último final de semana quando o menino embarcou ao encontro da mãe.
Além da falta de cuidados do pai, com quem morava, ele era vítima de maus tratos que variavam entre agressões com fio ou madeira e queimaduras pelo corpo com ponta de cigarro, uma forma de tortura. Os espancamentos frequentes acabaram por provocar a fuga do menino que preferia as ruas a morar com o pai.
Encontrado pelo Conselho Tutelar, foi encaminhado ao Educandário Santa Margarida, em 2017 e de lá encaminhado para morar com a mulher que era sua madrasta. Pouco tempo depois, esta também veio a rejeitar o menino alegando não ter mais vínculo familiar, uma vez que o relacionamento dela com o pai da criança acabou quando ele ainda tinha quatro anos de idade. A mulher argumentou também não ter condições de criá-lo por causa do seu trabalho e por, segundo ela, tratar-se de alguém “muito desobediente” e que, portanto, preferia entregá-lo para o Conselho Tutelar.
Nenhum outro parente aceitou acolher o menino que acabou novamente em situação de risco, não estudava e voltou a viver nas ruas
Institucionalizado novamente, recebeu atendimento psicossocial no abrigo e a Rede de Proteção se empenhou para redefinir a situação do menor, uma vez que já havia informação de que mãe morava no Mato Grosso do Sul.
Em contato com o Juízo local, a resposta da mãe foi positiva e o menino foi desligado da unidade acolhedora para iniciar o processo de reaproximação com ela.
A passagem aérea foi providenciada por esforço coletivo da Rede de Proteção da Infância e Juventude do Acre, com a ajuda da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado do Acre e foi adquirida por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH).
O pai foi preso e, atualmente, encontra-se recluso por outra condenação.
Com informações do TJAC
