Advogado do AC reúne mais de 4,6 milhões de assinaturas pelo fim das queimadas na Amazônia
Assinaturas estão reunidas em um abaixo-assinado mobilizado pelo advogado Gabriel Santos, de Rio Branco. Projeto foi entregue à Câmara dos Deputados em Brasília (DF).
G1-AC
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Em duas semanas, um abaixo-assinado pelo fim das queimadas na Amazônia conseguiu reunir mais
de 4,6 milhões de assinaturas pelo mundo. A ação é encabeçada pelo advogado e
morador de Rio Branco, capital do Acre, Gabriel Santos, de 25 anos.
Além do Brasil, a
iniciativa alcançou países como Estados Unidos, França, Alemanha, Austrália,
Espanha, México, Chile, Peru, Uruguai, entre outros. O abaixo-assinado foi
ainda traduzido para cinco idiomas: inglês, francês, espanhol, alemão e russo.
“Fiz um post, no dia
em que chegaram as queimadas da
Amazônia em São Paulo [SP], explicando como nossa situação
era diferente de quem vivia em São Paulo, que os idosos e crianças estavam
respirando aquela fumaça. Vários famosos publicaram, atores globais e o pessoal
da plataforma Change.org me
convidou para criar uma abaixo-assinado para chamar as pessoas para uma ação.
Aceitei o desafio, começamos e não esperava mais de 10 mil pessoas”, explicou
ao G1.
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Repercussão
Em três dias, a mobilização tinha
arrecadado mais de 3 milhões de assinaturas, segundo Santos. Além do fim das
queimadas, o abaixo-assinado pede ainda a criação de uma Comissão Parlamentar
de Investigação (CPI), mas, com a repercussão, o advogado resolveu ir mais
longe e chegar ao Congresso Nacional.
“Teve repercussão nos jornais
internacionais, revistas americanas. Conseguimos coletar bastante assinaturas e
resolvi ir à Brasília entregar essas assinaturas. Tive o apoio dos movimentos
Agora, Acredite e Livre, que tem representação no Congresso Nacional e deram
todo suporte para a logística interna para entregar uma proposta mais
específica do que uma CPI, que acaba rápido”, relembrou.
Na noite desta quinta-feira (5),
Santos se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em
Brasília, e entregou as assinaturas e solicitou a criação de uma comissão
externa para cobrar do governo federal e dos estados políticas públicas de
combate e prevenção às queimadas na Amazônia.
“As assinaturas pediam uma CPI, mas
sentamos e vimos que o melhor caminho não era criar uma CPI, mas uma comissão
externa do acompanhamento dos trabalhos dos Ministérios do Meio Ambiente,
Agricultura, Economia e das Relações Exteriores para analisar os impactos desse
desmonte dos prejuízos ambientais, tanto na economia como na imagem que o
Brasil tem no exterior, quando nas questões internas de saúde, biodiversidade,
produção alimentar”, frisou.
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Comissão
Santos acrescentou que a comissão
também vai tentar identificar e punir os responsáveis pelas queimadas. Segundo
ele, a equipe vai identificar o problema, estudar e buscar soluções para as
causas encontradas.
“É uma comissão bem consistente, que
vai ter um trabalho muito sério e à noite mesmo ele [Rodrigo Maia] já baixou um
ato da presidência criando essa comissão, que vai agora se reunir para criação
dos trabalhos e iniciar as investigações. Vai ter acesso total aos ministérios,
vão poder ir lá buscar informações, fazer audiências públicas. Tudo isso graças
à mobilização que o Brasil e o mundo fez”, complementou.
Ainda segundo o advogado, o
abaixo-assinado pelo fim das queimadas é até o momento o quinto maior do mundo,
e o segundo maior do Brasil.
"Foi o que coletou assinaturas
em tempo mais recorde. Não interrompemos, continua em vigor e só vai parar
quando a comissão tiver começado os trabalhos. Precisamos dar uma resposta
efetiva para essas quase 5 milhões de pessoas que assinaram nossa mobilização e
esperam uma resposta efetiva", finalizou.