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Alunos de engenharia civil do Acre buscam saída para concluir curso após corte de bolsas

Dois alunos do curso de engenharia civil da Universidade Federal do Acre (Ufac) não sabem como concluir os estudos. Com os cortes de verbas por parte do governo federal, os alunos, que são de Feijó, interior do Acre, não têm como se manter em Rio Branco.
Em maio, a Ufac revelou que poderia perder até R$ 15 milhões com os cortes. Já em agosto, a universidade anunciou cortes na segurança, limpeza e outros serviços para conseguir garantir o segundo semestre do ano.

Medalhistas

Luma Oliveira e Felipe Ribeiro são medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática. Os dois ganhavam uma bolsa de iniciação científica no valor de R$ 400 para se manter durante a graduação enquanto faziam pesquisas.
Com os estudos em risco, o corte de recursos para as universidades federais interrompeu o sonho deles.
“O custo para viver aqui [Rio Branco], não é baixo. Precisa pagar aluguel, alimentação e uma série de outras coisas. Precisamos de dinheiro para nos manter e, infelizmente, essa é a nossa situação aqui. Sem esse dinheiro vamos tentar nos manter, nos formarmos, só que será muito mais difícil”, explicou Felipe Ribeiro.
Os estudantes receberam o último recurso da bolsa de pesquisa no mês de agosto. Neste mês de setembro eles já não recebem mais. Além disso, aquele auxílio, que eles teriam direito até concluírem o doutorado, foi perdido.
“A bolsa é muito representativa na manutenção da minha faculdade. Ter ela é de grande importância e me permitia uma maior estabilidade na faculdade”, lamentou Luma.

Vivendo caos’, diz vice-reitor

O vice-reitor da Ufac, Josimar Batista, explica que os estudantes podem procurar outras alternativas de incentivo dentro da universidade, mas vão ter que concorrer com outros 9 mil alunos. O corte de bolsas pode obrigar muitos estudantes a desistirem de concluir os cursos.
“Teriam o IC durante toda a graduação, passando por um programa de mestrado automaticamente essa bolsa, que é de R$ 400, passaria para uma bolsa de R$ 1,5 mil de mestrado. Continuando no mestrado em 24 meses, passando e indo para um doutorado passariam para uma bolsa de R$ 2,5 mil. Dois anos no mestrado, quatro de doutorado e cinco de graduação, que dá 11 anos para se formar”, explicou.
Batista revelou também que a universidade já perdeu cerca de dez bolsas na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) nos últimos meses.
“Na Caps também, que é outra agência de fomento de bolsas da pós-graduação, tivemos duros cortes. Orçamento foi reduzido, a perspectiva é de não se manter”, reavaliou.
O corte de bolsas é apenas um dos problemas enfrentados pela universidade. Ainda segundo o vice-reitor, as atividades de campo e práticas foram alguns dos serviços suspensos na universidade por falta de verbas.
“Toda semana temos documento ao MEC a realidade. Hoje estamos sem acesso a combustível, manutenção de ar-condicionado não temos condições, se estragar um não temos condições de consertar. Estamos vivendo um caos. De conta de energia passamos os R$ 300 mil mensal, de conta de limpeza e outras importantes, e estamos buscando sanar isso”, frisou.
Luma e Felipe pediram ajuda dos pais. Mas, dizem que a situação financeira da família deles não é estável. Por isso, podem ter que procurar trabalho fora da Ufac e conciliar com os estudos.
“O conhecimento que íamos trazer, as propostas que tínhamos vão ser interrompidas e vai ficar por isso mesmo. É um investimento nos cortes que ao longo prazo não vai ter o resultado desejado”, lamentou a estudante.
Felipe contou que estava envolvido em uma pesquisa que terá que ser interrompida por falta de investimento. Enquanto isso, o sonho de concluir o ensino superior vai ficando cada vez mais longe.

“Não está concluída, tem um procedimento, tem coisa para desenvolver e não poderemos com o recurso necessário porque houve o corte”, concluiu.

Por G1 Acre.

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