Alunos sem carteira de vacinação atualizada não serão matriculados em escolas no Acre
Ministério Público tem intensificado fiscalização. Índice de cobertura vacinal no estado é um dos piores do país, aponta Sesacre.
Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco
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Para reforçar a cobertura vacinal no Acre, uma lei,
aprovada em 2018, determina que todos os alunos da rede pública do estado
estejam com a carteira de vacinação atualizada. Este é um dos documentos
obrigatórios para que a matrícula seja efetivada.
Porém, segundo a
Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), o estado ainda continua sendo um dos
piores quando o assunto é cobertura vacinal.
Por isso, o Ministério
Público estadual (MP-AC) se reuniu com representantes das secretarias de Saúde
e Educação, nesta quinta-feira (5), para falar sobre as estratégias de tornar
mais rígido o cumprimento da lei no estado.
O promotor Glaucio Ney Oshiro, titular da Promotoria
Especializada de Defesa da Saúde, disse que tem sido preocupante a falta de
vacinação e que, por isso, a saúde pública está em permanente risco.
“É uma situação angustiante essa que nós
vivemos agora sobre a cobertura vacinal no estado do Acre e município de Rio
Branco. Nós temos estado entre os piores no índice de cobertura vacinal no
Brasil. Por isso, nós estamos em corrente risco da nossa saúde pública e, como
consequência disso, nós nos demos as mãos, articulamos estratégias de que
haverá a regularização da caderneta de vacinação para o ato da matrícula no ano
de 2020”, explicou.
Oshiro disse que o MP visitou todas as
escolas da rede municipal de ensino e termina agora a ronda nas instituições
estaduais.
"Para o ato da matrícula, ou serão
apresentados o certificado de regularização das vacinas em dia, emitidos
durante essas visitas nas escolas ou a apresentação na caderneta após a
manifestação das equipes de saúde. As famílias serão orientadas a buscar uma
unidade de saúde mais próxima que as nossas vacinas estão com a cobertura em
dia e serão traçadas estratégias”, destaca.
Aliado a isso, o órgão também tem postado
encartes com informativos no perfil oficial na internet. A intenção é atingir o
máximo de pessoas possível.
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União
O secretário da Sesacre, Allyson
Bestene, disse que os casos ligados recentemente à
vacina HPV acabou influenciando a escolha de alguns pais
pela não vacinação de jovens. As crianças também são afetadas.
Ele destacou ainda a importância da
união de todos os órgãos ligados à saúde e educação, um canal mais fácil de
chegar até esse público que precisa ser vacinado. Garantiu ainda que deve
prestar apoio aos 22 municípios do estado.
“Estamos com um dos piores índices do
país no que diz respeito a vacinação e a Secretaria Estadual de Saúde se põe à
disposição fazendo essa mediação, orientando junto ao Ministério de Saúde para
que a gente possa dar todo o apoio aos municípios para que cumpram o calendário
vacinal com maior número de adolescentes e crianças, cumprindo essa missão da
saúde pública”, disse
Vacinas nas escolas
Em Rio Branco, para tentar
desburocratizar e acelerar o processo de vacinação, o secretário municipal de
Saúde, Oteniel Almeida, disse que vai disponibilizar atendimentos nas escolas
da rede de ensino com datas pré-agendadas.
“Para que essas mães e pais não
tenham que se deslocar, eles já terão a garantia de um horário pré-agendado na
escola para levar a criança e poder vacinar e desburocratizar esse acesso às
crianças e a gente não criar um bloqueio. É uma estratégia de um documento de
obrigatoriedade, mas vamos tomar todas as medidas de estratégias para garantir
a vacinação para que essas crianças estejam protegidas”, destacou.
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Ele completou dizendo ainda que a prefeitura vai trabalhar em
peças publicitárias para passar informações à comunidade e combater as chamadas
fake news.
“Vacinar é uma escolha, porque as pessoas
estão optando por não vacinar, mas vamos trabalhar uma marca que diz que pro
arrependimento não exite vacina e como é importante você optar pela vacinação
do seu filho”, pontuou.
O secretário de Educação de Rio Branco,
Moisés Diniz, complementou a fala dos demais ao dizer que a medida deve
beneficiar, principalmente, as famílias de baixa renda. Ele falou ainda da
necessidade de levar a discussão para as cidades do interior do estado.
“A gente aceita que os filhos do pobre
fiquem sem vacinar. Então acho que cada um tem que fazer sua parte, a nossa
parte é radicalizar na educação, na orientação dos pais, na saúde é ter
garantias dos profissionais nos postos perto das escolas e do MP é ser duro
para cobrar que a lei seja cumprida. Não tem partido, não tem ideologia, tem
luta pela vida, principalmente de crianças de periferias. E acho que devíamos
organizar ações em todos os municípios, se na capital está assim, imagina nas
cabeceiras dos rios e aldeias indígenas. Precisamos radicalizar na proteção
desses meninos e meninas”, finalizou.