Tarauacá: Morre o ex-vereador Guilherme Galvão vítima de covid-19
O
ex-vereador de Tarauacá, Guilherme Wanderley Galvão, morreu nesta terça-feira
(07) vítima do novo coronavirus. O anúncio da morte do ex-vereador foi feito
pelo seu neto , o professor Júlio Menezes.
Guilherme
Galvão tinha 92 anos. Ele além de ter sido vereador por duas legislatura,
também foi funcionário dos Correios e fazia transporte da carga para o
município de Jordão, na época seringal, varejando quinze dias até a localidade.
Guilherme
Wanderley Galvão nasceu em 13 de fevereiro de 1928, no estado do Amazonas,
filho de Fausto Augusto de Oliveira Galvão e Waltrudes Wanderley Galvão, ele
pernambucano e ela acreana. De uma família de 09 irmãos ele é o terceiro.
Teve
uma infância muito difícil, pois desde pequeno tinha que trabalhar. Vendia bolo
para a senhora Sabina Barroso e Alabela Mourão. Já aos doze anos seu pai o
destacou para trabalhar e gerenciar 12 homens na extração de madeira nos
seringais Boa esperança, São Bernardo e Monte Verde, todos localizados no rio
Humaitá, afluente do rio Murú.
Aos
17 anos foi convocado pelo rádio para se alistar e ir para Segunda Guerra
Mundial. Quando chegou à cidade, recebeu a boa notícia que a guerra havia
acabado.
Aos
22 anos casou-se com dona Maria Vieira Peres no seringal Ceci. Dois anos mais
tarde vieram para a cidade, onde trabalhou de oleiro na produção de tijolos,
onde produzia mil tijolos por dia, tendo ainda que misturar o barro com os pés.
Quando chegava da olaria pegava a tarrafa e ia para o lago da Intendência,
juntamente com seus parceiros Euclides Tiago, Zé Tiago e Elídio Brito, pescar o
almoço do dia seguinte.
Sua
vida de servidor público começou em 1956 quando ingressou nos Correios. Só
tinha um porém, transportar cartas e encomendas da cidade de Tarauacá até o
seringal São João, hoje Jordão, a varejão, em uma canoa de pequeno porte. Essa
viagem até o Jordão durava entre 12 e 15 dias, dependendo das condições de
navegação do rio. Já no rio Murú quem fazia o correio era o senhor Lourival Problem
de Albuquerque. Três anos mais tarde foi transferido para trabalhar nos
Correios da cidade de Tarauacá, onde veio a assumir a gerencia da agencia por
varias vezes.
Na
gestão do doutor Ennio Aires Ferreira, candidatou-se a vereador e foi eleito
com 109 votos e na gestão do senhor Antônio Prado foi reeleito com 169 votos.
Foi
líder dos dois prefeitos na Câmara Municipal e teve várias de suas
reivindicações aprovadas como a peladeira de arroz e a casa de farinha para o
Corcovado, motores de farinhada para agricultores distantes, entre outros. Não
podemos esquecer que nesse tempo vereador legislava sem remuneração.
Por
Leandro Matthaus
Postado por Raimundo Accioly