Site Cultural de Feijó

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Os desafios de construção da BR 364. Após 13 anos, o sonho continua

Estrada foi aberta em definitivo pelo governo do Acre,
mas, 13 anos depois o desafio de sua conclusão ainda é grande.
O sonho de integração é antigo. O vaqueiro Manci, como é conhecido na região do km 27 da BR 364, sentido
Sena Madureira/Manoel Urbano, não era nem nascido quando o 5º e 7º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro começaram a abrir a rodovia, em 1971. Aos 31 anos, a cavalgada em cima do cavalo pelo asfalto é motivo de esperança para quem esperou tanto tempo para sair do isolamento. “Tá bem mais perto mesmo!” exclamou.
Era o início de nossa viagem até o município de Marechal Thaumaturgo. O sol já se preparava para se por na mesorregião Vale do Acre
A viagem para Manoel Urbano foi feita na companhia do experiente taxista Railton. Ele contou as aventuras que viveu no período em que todo o trecho era de barro. O Lote 1 da estrada, nos primeiros 36,9 km tem 100% de asfalto concluído, mas já apresenta trechos perigosos com buracos e desmoronamentos. No km 23, uma cratera se abriu de um dos lados da pista, fatos que se repetem ao longo da rodovia. Neste lote foram investidos R$ 88,31 milhões.
No lote 2, encontramos máquinas trabalhando a recuperação dos trechos de 25 km que estavam em TSD antes do inverno e dos 8,4 km em subleito com imprimação que também foram aprontados antes das rigorosas chuvas. Nos canteiros de Obras da JM, o material para conclusão dos trechos já estão disponíveis. Mais 14,7 km em 100% de TSD e chegamos por volta das 6h30 na cidade de Manuel Urbano. Somados, os lotes 2 e 3 tiveram investidos cerca de R$ 123 milhões.
- A viagem que antes era feitas em mais de 6 horas, dias até, dependendo da época, agora a gente faz em 40 minutos em total segurança – comentou Railton.
Em Manoel Urbano, a estrada trouxe vida aos pouco mais de 8 mil habitantes. A falta de infraestrutura era como um abismo. Odete Souza, comerciante há 20 anos na região, disse que antes da pavimentação a cidade dependia exclusivamente do transporte que é feito pelo rio Purus, “mas que elevava o preço dos alimentos e o nível de vida da população”.
- Hoje é possível comprar verduras mais baratas, com mais qualidade por que é entregue na porta e não depois de dias de viagem como acontecia. Tá melhorando, não é tudo, mas é uma esperança – acrescentou.
Depois de pernoitar na cidade, a reportagem seguiu


viagem para o município de Feijó no trecho considerado como o mais perigoso. Era 13h10 quando embarcamos ao lado de Cleomar Santos. Dada às condições da rodovia, o percurso precisa ser feito em caminhonete traçada. O terreno em sua totalidade formado por tabatinga é recortado por lençóis freáticos, o que exige um trabalho prolongado de engenharia.
Nos trechos nossa equipe não teve a mesma sorte de contar com informações mais detalhadas. Não encontramos nos canteiros de obras os engenheiros responsáveis pelas empresas Fidens, Cidade, Camter, JM, Construmil e Etam que trabalham no lote 6.
O cenário é de corrida contra o tempo. Homens e máquinas se revezam no desafio de aprontar o trecho ainda este ano. A estrada recentemente aberta, em alguns locais parece um varador. Mesmo com máquinas modernas, existe locais em que o serviço chega a ser artesanal. Os 140 km foram percorridos em 3h10.
- Quando chove, dependendo das condições a gente dorme na estrada. Graças a Deus não choveu e podemos chegar com segurança – disse Santos.
Na próxima reportagem da série, o ac24horas fala da realidade da cidade de Manoel Urbano. Com a chegada do asfalto, as drogas chegam com mais facilidade na região. Você vai conhecer a história da Escola Municipal Antônio Mendes que tinha o pior Ideb do Brasil. O transporte nos rios e a história de Antônio Kashinawá.

http://www.ac24horas.com/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=18693:os-desafios-de-construcao-da-br-364-apos-13-anos-o-sonho-continua&catid=35:manchete&Itemid=133

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