Grande produção de açaí acreano interessa multinacional
Muita gente sabe que o açaí é uma fruta
rica em proteínas, fibras, vitaminas, além de uma boa quantidade de
fósforo, ferro, cálcio e vários outros nutrientes. O que pouca gente
sabe é que o açaí “solteiro”, nativo das florestas acreanas, é o que
apresenta a maior quantidade destas substâncias. Tanto, que o açaí local
já começa a atrair investidores, que pensam em exportar para alguns
mercados da Ásia e Oceania.
O secretário de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio
e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), Edvaldo Magalhães, recebeu a
visita do empresário britânico, Robert Paterson, diretor da empresa Nu
Fruits China, pertencente ao grupo Super Fruits Global, um dos maiores
do mundo, neste ramo.
O interesse da empresa é se instalar na Zona de Processamento e
Exportação (ZPE) do Acre para produzir açaí em pó liofilizado, técnica
desenvolvida pela NASA, e exportar para a China, Japão, Hong Kong,
Tailândia, Nova Zelândia e Austrália.
“Até o ano passado não era permitido à comercialização do açaí na
China, muita gente consumia, mas era produto comprado no comércio
ilegal. Depois de muita luta conseguimos aprovação do produto no
comércio chinês e agora queremos ser os pioneiros no comércio asiático”,
explicou Robert Paterson.
Transformar a poupa do açaí em pó, não é
novidade. Algumas empresas já desenvolveram essa técnica há alguns anos,
e vendem o produto tanto em pó, como em cápsulas, concentrado e em
barras.
Para os desenvolvedores da técnica, o açaí em pó tem vida mais
longa nas prateleiras, é de fácil manuseio e de transporte, além de
poder ser consumido de diversas formas, o que atrai maior número de
consumidores. É esta nova técnica, que deverá se instalar em breve na
ZPE acreana.
Paterson explica que o interesse em se instalar na ZPE do Acre é
maior pelo fato do Estado possuir a melhor logística do mercado, ou
seja, estar mais perto dos portos do Pacífico, o açaí da região ter
maior número de propriedades nutritivas, além da garantia da matéria
prima.
“Já temos estudos que mostram que os plantios de açaí existentes no
estado são suficientes para produzirmos até 100 toneladas de açaí em pó,
por ano”, comentou.
Segundo os consultores da empresa, somente este
ano o Acre produziu 1310 toneladas de polpas de açaí, e que a maioria
foi vendida para os mercados do sudeste brasileiro: Minas Gerais, São
Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com Alcindo do Nascimento, proprietário da empresa
Arvores, que está implantando a cadeia produtiva do açaí no estado, em
parceria com várias empresas locais, o Acre possui 250 hectares de
plantação de açaí irrigado, e que para 2014 esses números vão subir para
350 hectares. “Estamos falando de plantios privados, mas o estado já
conta com 2000 hectares de plantios comunitários, concentrado em Feijó”,
esclareceu Alcindo.
O projeto para construção e instalação da empresa, custa em torno de
R$ 5 milhões. A ideia é que depois de aprovado pelo Ministério da
Indústria e Comercio Exterior (MDIC), cerca de cinco meses depois a
indústria já esteja pronta, para aproveitar a próxima safra.
O projeto para construção e instalação da empresa custa em torno de
R$ 5 milhões. A ideia é que, após aprovação pelo Ministério da Indústria
e Comércio Exterior (MDIC), cerca de cinco meses depois a indústria já
esteja pronta, para aproveitar a próxima safra.
O secretário Edvaldo Magalhães está otimista com o projeto: “O
governador Tião Viana já está investindo em plantios de açaí e temos
empresários que estão apostando alto em plantios de açaí irrigado.
Estaremos com nossa equipe da ZPE pronta para prestar toda orientação
técnica necessária. Afinal, queremos ver a nossa ZPE funcionando em
breve, gerando emprego e renda para o povo do Acre”, disse.
http://agazetadoacre.com/geral/43810-2013-09-17-19-23-09.html