Acre quer mais 358 profissionais formados no exterior
Governo do Estado cria pacote para introduzir ao Mais Médicos
O programa paralelo para contratação de médicos
do exterior para o Brasil, feito pelo governo do Acre para introduzir
ao programa Mais Médicos do governo federal, já deve trazer 358 médicos
formados na Bolívia e no Peru. A previsão é que esses profissionais
comecem o serviço no final do ano.
Os acreanos, caso atendam aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde,
terão prioridades na contratação, segundo informou a secretária
estadual de Saúde Suely Melo nesta terça-feira (1º) em coletiva à
imprensa sem seu gabinete.
A portaria para a execução conjunta dos
programas ainda precisa ser assinada pelo ministro da Saúde, Alexandre
Padilha. A expectativa é que isso ocorra no próximo mês. Segundo Suely
Melo, o ministro assumiu o compromisso dessas contratações.
“O ministro da Saúde disse que irá
apenas preparar um documento para assinar a Medida Provisória liberando
os médicos brasileiros formados nos países que possuem a proporção menor
de 1.8 por habitantes. Ele entendeu que isso é possível somente se a
universidade que o brasileiros se formaram fizer parte do Mercosul e
tenha uma validação no país de formação”, disse.
Os médicos incluídos nesse programa
deverão estar habilitados a exercerem a medicina no país de formação. “A
maioria dos brasileiros possui essa habilitação e os que não possuem
terão”, disse a secretária informando ainda a visita que fez ao
Consulado da Bolívia.
“Conversamos com o embaixador que
assinou positivamente para a formação de um convênio com o Brasil para
agilizar esse exame de grado para os médicos brasileiros para eles terem
essa habilitação num período de 30 a 60 dias”, disse.
Com a liberação do edital para o Mais
Médicos, de acordo com a secretária, qualquer outro médico pode
concorrer e será avaliado nos mesmos padrões e critérios.
“O que acontecia é que na hora do
cadastro quando o médico colocava Bolívia sendo seu país de formação, o
sistema travava e o médico não conseguia progredir com o cadastro”,
ressaltou.
Hoje isso vai ser o edital vai
contemplar os médicos brasileiros que não moram na Bolívia ou não
pretendem morar na Bolívia isso não vai causar impacto na saúde daquele
país.
Para a secretária, o programa é
estruturante da atenção básica. Não prevê somente a contratação para o
atendimento básico, mas formação, estruturação de unidades básicas de saúde,
ampliação de vagas de medicina. Se você vai fortalecer a atenção básica
focando todo nível de assistência terá maior qualidade de vida.
Prioridade aos acreanos
As inscrições de três dias para o
programa paralelo ao Mais Médicos feito pelo governo do Acre cadastrou
358 médicos brasileiros e 64 estrangeiros sendo de Cuba, Bolívia e Peru,
mas esses foram excluídos. Esses 358 médicos são acreanos e que moram
no Acre.
“Mas se houver em outros estados médicos
formados na Bolívia ou Peru com essa medida todos serão beneficiados,
mas passarão pela capacitação para chegar à assistência. Não é tão
fácil, passa por uma série de critérios”.
Pagamentos
O salário para esses médicos será de R$
10 mil. Se for trabalhar pela prefeitura a alimentação e moradia ficará
por conta da própria prefeitura. “Mas se a pessoa mora no estado não
vejo razão nenhuma para ela não abrir não desse direito. Fica uma
redução desse custo para o governo federal”, disse.
CRM
Todos os médicos terão direito ao registro provisório para trabalharem no Brasil, de acordo com a secretária.
O Conselho Regional de Medicina no Acre
(CRM/AC) que chegou a ingressar com ação na Justiça para que os médicos
estrangeiros contratados pelo programa Mais Médicos não atuassem sem o
exame do Revalida, não quis comentar sobre o programa paralelo feito
pelo governo do Estado. Segundo o CRM/AC, será esperada uma manifestação
oficial por parte do governo federal.
http://agazeta.net/politica/650-acre-quer-mais-358-profissionais-formados-no-exterior