Com 563 casos de Aids, capital tem maior incidência da doença no AC
Entre 1987 até 2013, foram notificados 706 casos em todo o estado.
'O tratamento é realizado na capital', explica a gerente da Sesacre.
Neste domingo (1), comemora-se o Dia Mundial de Combate à Aids. No Acre, o primeiro caso conhecido da doença foi informado em 1987. Desde então, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), 706 casos foram notificados no estado, sendo 409 no sexo masculino e 297 no sexo feminino até 2013. Com 563 números de casos, Rio Branco é a cidade com maior incidência da doença.
De acordo com Karine Pinheiro, gerente da Divisão de Agravos Transmissíveis - DST/Aids e Hepatites Virais, apenas a capital tem um serviço de atendimento especializado e este seria o principal motivo para a cidade apresentar o maior número de casos.
"Todo paciente é encaminhado para a capital, por isso Rio Branco concentra mais de 50% dos casos. Mas não é porque só na capital tem Aids, e sim porque o tratamento é aqui. O preconceito também faz com que as pessoas venham para a capital", afirma Karine.
Além da capital, os municípios que possuem o maior número de casos são: Sena Madureira com 29, Manoel Urbano 19, Cruzeiro do Sul com 18 e Senador Guiomard com 18. Em relação à taxa de mortalidade, o Acre apresenta queda. Em 2002, era 3,9 por 100 mil habitantes, passando para 0,4 em 2012 , uma queda de aproximadamente 89,8%.
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Prevenção
A gerente explica que é estimulado em todos os municípios a prevenção e notificação. "Na unidade de saúde é feito o teste rápido, que já funciona como diagnóstico. Fura o dedo, faz o exame, e quando dá positivo a pessoa já é encaminhada para tratamento, que na rede pública é feita no Serviço de Atendimento Especializado (ESA), localizado no Hospital das Clínicas, na capital", diz.
Mensalmente, são distribuídos para os municípios, de acordo com Karine, 4 mil testes rápidos, além de camisinhas. A gerente ressalta que é feita uma fiscalização do uso deste material. "O preservativo masculino, feminino, tudo isso a gente fornece. Assim como o teste rápido. Mensalmente, vamos nos municípios para fazer a assessoria, para verificar se está sendo distribuído, porque antes as camisinhas venciam, porque ninguém fazia a distribuição. Agora tem que deixar à disposição de todos", fala a gerente.
Ela conta ainda que existem mais facilidades na distribuição das camisinhas, por exemplo. "Antes era possível pegar nove camisinhas por pessoa, agora não, pode pega quantas quiser, sem precisar dar o nome e a idade. O preservativo fica em cima do balcão das unidades de saúde e a pessoa fica a vontade para pegar", afirma.
A doença
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida como Aids, é causada pelo vírus do HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves.
Como o HIV, vírus causador da Aids, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas: sexo sem camisinha, de mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou a amamentação, uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa, instrumentos que furam ou cortam não esterilizados, entre outros meios.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao final de 2007, 33 milhões de pessoas conviviam com o vírus do HIV no planeta, e, diariamente, surgem 7.500 novos casos. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, o Brasil tem 656.701 casos registrados de Aids. Em 1989, foram detectados ao menos seis casos de Aids no sexo masculino para cada um caso no sexo feminino. Em 2011, chegou a 1,7 casos em homens para cada um em mulheres no Brasil.
De acordo com a Sesacre, no Estado do Acre, a razão está em 1,4 casos em homens para cada um em mulheres. Em 2012, foram notificados 61 casos da doença. A taxa de incidência de Aids no estado foi de 8,3 casos por 100 mil habitantes.
G1