Marina participa de audiência pública sobre mudanças climáticas no AC
Evento ocorreu nesta sexta-feira (28), na capital Rio Branco.
Ex-senadora defendeu substituição de modelo de desenvolvimento.
A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva participou de uma audiência pública, nesta sexta-feira (28), em Rio Branco, que debateu assuntos relacionados às mudanças climáticas nos âmbitos global e nacional. Além dela, o evento teve palestras com pesquisadores e outras autoridades, como o senador Jorge Viana (PT-AC).
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Em seu pronunciamento, Marina – reconhecida por levantar a bandeira da sustentabilidade – criticou o modelo econômico vigente e defendeu uma modificação, sobretudo, para evitar que as complicações referentes ao clima se tornem irreversíveis.
“Temos que mudar para um modelo sustentável de desenvolvimento. O atual é insustentável em vários aspectos, não só do ponto de vista ambiental, mas também do econômico, social e no que concerne a questão cultural. Está fracassado. Estamos deixando, a cada dia, um planeta pior para os nossos netos”, disse.
A ex-senadora ressaltou ainda a existência de uma crise mundial em diversos âmbitos. “Vivemos uma profunda crise que se constitui de várias outras. Uma crise econômica e não somente a do Brasil, que está agravada em função de medidas que não foram tomadas no tempo certo, mas temos como pano de fundo a crise global. Temos uma crise social, ambiental”, falou.
Marina acrescentou que, diante de tantos aspectos afetados, o que existe atualmente é uma crise da civilização. “A conclusão é que estamos vivendo uma crise civilizatória e não sabemos como manejá-la. Em um problema dessa magnitude, não podemos chegar ao ponto de não retorno. É preciso ir pelo princípio da precaução. O que estamos fazendo é buscar ir na direção da precaução”, defendeu.
Em uma das falas no evento, o senador Jorge Viana também defendeu a modificação do modelo econômico e apontou, em relação à preservação das florestas, a necessidade de uma redução maior nos níveis de desmatamento no país.
“É preciso mudar o modelo, porque esse que usa combustíveis fósseis não se sustenta. O Brasil já poderia ter zerado o desmatamento ilegal, isso é possível. O que fazer agora? É preciso reduzir mais, mas é preciso ter uma economia vinculada à biodiversidade e à floresta”, concluiu.