No AC, professora troca sala de aula para seguir carreira militar
Marta Renata conta que mudou por oportunidade de ascensão profissional.
Hoje, como capitã da PM-AC, se diz feliz com sua escolha.
A capitão da Polícia Militar do Acre (PM-AC), Martha Renata, de 35 anos, trocou a sala de aula para seguir o sonho da carreira militar. Há dez anos incorporada à PM, ela diz que não se arrepende de sua escolha. A transição da educação para a área da segurança foi motivada principalmente pela oportunidade de crescimento e ascensão profissional que, segundo ela, não seria possível no magistério.
saiba mais
"Na PM-AC, entrei como aspirante e tenho a possibilidade de chegar ao posto de coronel, como professora não havia essa oportunidade, a questão salarial também pesa muito. Não me arrependo da minha escolha. Minhas experiências em sala de aula foram muito boas, não tenho nenhum fato que tenha me feito desistir de lecionar, mas estou feliz com quem sou agora", destacou.
A capitã começou a cursar letras português quando tinha apenas 17 anos. Nesse período passou a trabalhar com alfabetização de jovens e adultos. Ainda como estagiária, Marta conta que trabalhou com alunos especiais e que a experiência a fez crescer como pessoa. Após o término da faculdade, foi concursada como professora e lecionou por três anos, até decidir fazer direito e surgir a oportunidade da carreira militar.
"Entrei muito cedo na faculdade de letras e após o concurso atingi uma maturidade que não tinha quando escolhi meu curso aos 17 anos. Assim, resolvi fazer a faculdade de direito e tive outros leques de atuação, o oficialato na polícia foi uma das várias opções que tive. Quando comecei a lidar com temas relacionados a área criminal, isso me despertou o desejo de conhecimento, fiz o concurso, passei e gostei. Fiz uma escolha e estou feliz com ela", ressaltou.
Ainda exerço a função de professora, mas só relacionado a assuntos ligados à segurança"
Marta Renata
Encontro
Marta conta que após assumir o posto policial já encontrou um dos seus ex-alunos quando foi chamada para dar apoio em uma ocorrência. Na ocasião, o aluno a reconheceu e aceitou cooperar.
"Quando cheguei, os policiais estavam com dificuldade para imobilizar o cidadão, quando ele me viu, levantou as mãos e gritou 'professora'. Após isso, ele cooperou, ficou envergonhado, mas era uma ocorrência de trânsito e ele não tinha aceitado muito a situação colocada pelo policial e acabou desacatando", lembrou.
A policial lembra que mesmo após dez anos, continua exercitando a função de professora, mas, dessa vez, só trabalha com assuntos relacionados à segurança. Quanto a rotina policial ser mais estressante que as horas em sala de aula, ela relata que cada uma tem as suas particularidades.
"Acredito que são profissões que não podem ser comparadas, cada uma tem seu nível de estresse e pede a nossa capacidade de comprometimento. Mas, ambas têm momentos de alegria e prazer. Não tenho pretensão de voltar a dar aulas. Hoje, meu trabalho de magistério é restrito a área de segurança pública, mas não fecho as portas para essa possibilidade. Fiquei feliz com minha mudança, mas deixo meus parabéns aos mestres que continuam na área", finalizou.