Após noite violenta na capital, PM-AC faz operação e novo comandante diz: ‘vamos pra cima’
Três mortes com requintes de crueldade foram registradas na noite de quarta-feira (14) em Rio Branco. Operação ocorreu na baixada da Sobral.
O novo coronel da Polícia Militar no Acre, coronel Ulysses
Araújo, esteve ao vivo no Jornal do Acre 1ª Edição nesta quinta-feira (14) para
falar sobre sua nomeação e também os desafios que deve enfrentar a frente da
Segurança Pública do estado.
Logo no primeiro dia
no novo cargo, o coronel teve que dar uma resposta sobre uma das noites mais
violentas em Rio Branco. Na noite desta quarta-feira (13), três
jovens foram mortos, sendo um deles decapitado e um vídeo de uma das vítimas
falando antes de ser morta também viralizou nas redes sociais.
A posse do novo
comandante ocorreu na manhã desta quinta e, segundo o coronel, logo depois, o
sistema integrado da Segurança Pública (Sisp) se reuniu para definir
estratégias para combate ao crime organizado.
Uma delas foi uma ação na Baixada da Sobral, onde foram
cumpridos, segundo Ulysses, 19 mandados de busca e apreensão. Dos três homicídios,
dois corpos foram achados na Vila Custódio Freire. Um deles teve a cabeça
arrancada. Porém, o coronel informou que os crimes ocorreram na baixada e os
corpos foram desovados no outro bairro.
“A gente assume hoje o Comando da Polícia
Militar e já assume vendo que tem muito trabalho pela frente, mas a gente quer
dizer para a população que nós vamos apertar cada vez mais o parafuso, nós
vamos pra cima. Pra toda ação, há uma reação, então nós vamos dar uma resposta
para todo esse tipo de situação”, disse.
Ações estratégias estão sendo estudadas
pelo serviço de inteligência da PM. O objetivo, segundo o comandante, é traçar
ações específicas para combater essas organizações.
Sobre um assalto na escola em
que alunos foram rendidos e feitos reféns, o coronel disse que as imagens do
circuito de segurança já estão sendo analisadas.
Ele parabenizou ainda a ação do Grupo
Especial de Fronteira (Gefron) em Cruzeiro do Sul, no último domingo (10).
Dois suspeitos de tráfico
de drogas no Rio Juruá foram mortos. Conhecidos como “piratas de
rio”, eles fazem o transporte da droga em barcos. Na ação, eles trocaram tiros
com a polícia, que revidou.
“O Gefron mostrou que nossa batida é
aquela mesmo, de ir pra cima. Nossas ações têm que começar na fronteira, porque
nossa fronteira está muito aberta e o tráfico de drogas e de armas faz com que
aumente a criminalidade dentro da zona urbana", pontuou.
Ações e mudanças
No início deste mês, o governo mexeu
na organização dos batalhões, reduzindo as regionais e também as sedes da
PM. A intenção é que os batalhões consigam
trabalhar cada vez mais de forma regionalizada.
“Nossos batalhões vão trabalhar de
forma regionalizada, com capacidade operacional de dar uma resposta mais
rápida”, diz.
Durante a entrevista, o coronel também respondeu às perguntas
dos telespectadores. Uma delas questionava a volta do patrulhamento escolar.
“A Polícia Militar tem um projeto chamado
policiamento escolar e tem o Proerd. A possibilidade que nós temos é ampliar
esses dois tipos de policiamento, melhorar esses dois tipos de policiamento, mas
não vamos criar nada específico ou diferente dessa situação”, respondeu.
Outra medida estudada pelo Sisp é uma
forma de agilizar a ocorrência ainda nos locais de crime, evitando que as
pessoas precisem ir até as regionais.
“Através de uma tecnologia embarcada nas
viaturas, vamos tentar resolver o máximo de ocorrências no próprio local para
evitar que as pessoas tenham que se dirigir para a delegacia e isso seja
colocado dentro de um sistema, de um banco de dados e a gente tenha capacidade
para a polícia dar uma resposta mais rápida e também liberar a Polícia Civil
para fazer a investigação e ter uma qualidade maior também na elucidação de
crimes”, explica.
3º comandante em
menos de um ano
A Segurança Pública do Estado é uma
das pastas que mais tem sofrido mudanças no primeiro mandato do governo de
Gladson Cameli. O primeiro a ficar a frente do quartel foi o coronel Mário
Cezar, que foi substituído pelo
coronel Ezequiel Bino.
A mudança ocorreu quatro dias depois
da exoneração do delegado Rêmullo Diniz da Secretaria de Polícia Civil, onde
passou quatro meses. Na época, o governo alegou necessidade de “restruturação”.
Bino entregou o cargo semana
passada, alegando que "não brigava
com política". Agora, o coronel Ulysses é o terceiro na
linha de sucessão.