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Como a dor de um pai motivou a criação do 1º centro especializado no tratamento de autismo no Acre



Primeiro centro especializado em autismo de Cruzeiro do Sul se torna referência para o Norte

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Mazinho mostra centro a médica Jacqueline Fecury
O franzino médico Aldemar Mazinho Indio, clínico geral em Cruzeiro do Sul, viu sua vida virar de ponta a cabeça ao descobrir que a pequena filha foi diagnosticada com autismo. Do diagnóstico recebido em São Paulo, do choque para absorver a informação e o pensamento de como iria tratá-la em Cruzeiro do Sul, onde não havia nenhum tipo de referência no tratamento, Mazinho, como é chamado pelos amigos, achou forças de onde nem sabia que tinha e ao invés de mudar para um grande centro resolveu sozinho e por conta própria criar um centro especializado em autismo na cidade onde mora, Cruzeiro do Sul, a segunda maior do estado do Acre.
Todo o drama de descobrir que precisava oferecer tratamento à filha, o choque de não saber se daria conta e ao Centrim se transformar em referência da região Norte levou um ano e neste tempo o médico já realizou duas viagens aos Estados Unidos, a locais onde são referência no tratamento do autismo.
“O diagnóstico dela mudou minha vida e eu resolvi sair do choque que levou uma semana e buscar meios de trazer referências de tratamento para o estado”, frisou à reportagem da Folhado Acre.


“O diagnóstico dela mudou minha vida”, diz Mazinho

Os olhos do médico Mazinho brilham ao falar da filha e ele explica que a ideia original era montar em sua casa toda a estrutura com terapêutas e equipamentos para ajudá-la, mas ao se deparar com 70 famílias carentes que não teriam a mesma oportunidade resolveu projetar algo maior.
“Me inspirei em todos os equipamentos que vi nos grandes centros e dai contratamos uma equipe multifuncional comprometida, fizermos uma parceria com a Prefeitura de Cruzeiro do Sul que nos paga o
aluguel deste prédio e começamos o atendimento. Minha filha evoluiu muito, bem como outras crianças”, diz.

Mazinho explica que a filha só começou a desenvolver sintomas do autismo após 1 ano e 8 meses de idade.
“Ia tudo bem até aí, dai derrepente minha filha deixou de fazer contato visual e andava na pontinha do pé. Ela vinha se desenvolvendo normal, aprendendo a dar tchau, beijo e de forma inexplicável evoluiu para isto”, diz.



O médico Mazinho não ficou de braços cruzados e foi em busca de informação especializada e foi assim que conheceu um dos mais renomados neurocientistas do mundo, Alysson Muotri, que lidera uma equipe responsável pelos estudos mais avançados no que se refere à amenização dos sintomas daqueles com diagnóstico de autismo.
Mazinho encontrou com o renomado neurocientista em um congresso na Califórnia e desde lá eles trocam informações via WhatsApp.
“Fui em busca de informação e graças a Deus encontrei pessoas humildes e que ajudaram bastante”, diz.



Atualmente o Centrim é uma Ong e necessita de apoio para se manter. O sonho de seu idealizador é ampliar o atendimento e poder chegar a outras cidades do Acre.
A primeira-secretária do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed/AC), Jacqueline Fecury, elogiou a postura do médico Mazinho e afirmou que é importante que surjam mais parcerias.
“É um trabalho lindo e que necessita de apoio para expandir cada vez mais”, diz.

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