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Com 927 presos a cada 100 mil habitantes, Acre tem maior taxa de aprisionamento do mundo


Percentual do estado acreano é superior ao registrado por todos os países do ranking. Levantamento feito pelo G1 foi divulgado nesta quarta-feira (19).

Por Iryá Rodrigues, G1 AC — Rio Branco
Acre tem maior taxa de aprisionamento do Brasil e de mais de 200 países — Foto: Divulgação/Iapen
O Acre é um dos estados que mais prende no país e no mundo. Um levantamento feito pelo G1 mostra que o estado acreano tem hoje 8.174 presos – o que equivale a 927 encarcerados a cada 100 mil habitantes.

O índice coloca o Acre em primeiro lugar no ranking do Brasil e também na 1ª colocação em uma lista com outros mais de 200 países e territórios, ficando na frente, inclusive, dos Estados Unidos, que tem 665 encarcerados a cada 100 mil habitantes.

O Brasil tem 338 pessoas presas para cada 100 mil habitantes. A taxa considera o número de presos dentro do sistema (710.240) e o de habitantes (210,1 milhões). Com esse dado, o Brasil fica na 26ª posição no ranking de aprisionamento com outros 222 países e territórios.

Os dados de pessoas encarceradas foram coletados pelo G1 dentro do Monitor da Violência, uma parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e são os mais atualizados possíveis.
Já os números dos demais países e territórios são da "World Prison Brief", do Instituto de Pesquisa de Política Criminal da Universidade de Londres. A base de dados reúne as informações mais recentes de cada local.

O governo do Acre diz que o estado apresenta a maior taxa de aprisionamento do país há quase 11 anos, de acordo com dados do Infopen, e que o número de crimes violentos aumentou no estado nos últimos anos, o que também gerou uma alta na população carcerária.

Ainda segundo a nota, o estado “reconhece que o cenário é grave” e lançou o programa na área de Segurança Pública “Acre pela Vida”, que abrange os sistemas de segurança pública e de prevenção social.

“Um piloto do programa já foi estabelecido em uma região do estado que tem um elevado número de pessoas integrando os sistemas prisionais, onde várias ações serão estabelecidas em parceria com o sistema S, entidades religiosas, setores produtivos e de serviços, principalmente comerciais, bem como as secretarias que ofertam serviços à sociedade, permitindo avançar no sentido de atender pessoas em situação de vulnerabilidade social”, diz, em nota.
Acre tem maior taxa de aprisionamento do Brasil e de mais de 200 países — Foto: Cido Gonçalves / G1

Em 2019, quando o G1 também fez esse levantamento, a taxa prisional do estado era menor, mas já era superior que a do Brasil e dos mais de 200 países analisados, com 897 presos para cada 100 mil habitantes.

O número de pessoas presas subiu na comparação de 2019 com 2020. Mais 259 pessoas engrossaram as estatísticas de encarceramento nesse período, o que representa um aumento de 3,3%. Na comparação de 2018 com 2019, o número de presos subiu 31,7%.
Taxa de aprisionamento por estado (presos por 100 mil habitantes)
Estado
Taxa de aprisionamento
Acre
927
Mato Grosso do Sul
591
Rondônia
588
Espírito Santo
570
Distrito Federal
539
São Paulo
501
Roraima
484
Rio Grande do Sul
354
Pernambuco
350
Mato Grosso
344
Minas Gerais
328
Goiás
328
Santa Catarina
325
Amapá
323
Rio de Janeiro
297
Paraíba
267
Ceará
264
Tocantins
257
Rio Grande do Norte
251
Paraná
246
Sergipe
238
Amazonas
230
Alagoas
220
Pará
200
Maranhão
168
Piauí
151
Bahia
103
Fonte: G1


Taxa de presos provisórios
O levantamento do G1 também mostra que 2.345 presos ainda aguardam um julgamento – o que equivale a 28,7% do total de presos.

Os dados apontam que há hoje no Acre 8.174 presos para uma capacidade total de 4.548, um deficit de 3.626 vagas. Em 2019, quando 7.915 pessoas estão nas unidades prisionais do estado, a capacidade total era de 6.038.

Em todo país, são 212.829 presos provisórios, um percentual de 31% do total de encarcerados (sem contar Goiás, que não passa os dados). Nesse caso, o Brasil fica na 100ª posição, com uma taxa de presos provisórios próxima às de Itália, Suécia e Afeganistão.

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