Técnico em enfermagem é condenado a 2 anos por receitar e aplicar morfina em paciente sem autorização
Servidor trabalhava na Fundhacre na época, em 2018, quando paciente chegou com dor e ele conseguiu duas doses de morfina. Defesa disse que já entrou com apelação.
Por Aline Nascimento, G1 AC — Rio Branco
Um
técnico em enfermagem foi condenado a prestar serviços à comunidade por dois
anos por ter fraudado um prontuário médico e aplicado morfina em um paciente
sem autorização. A decisão é da 2ª Vara Criminal de Rio Branco e cabe recurso.
Além da
pena, o técnico precisa pagar uma multa no valor de R$ 1 mil. A Justiça acreana
destacou que o homem é reincidente, inclusive, foi condenado em 2012 em
Acrelândia. O crime não foi divulgado.
“Já fiz a
apelação, porque se trata de uma situação que o cidadão estava doente. Ele não
arrecadou dinheiro, não garimpou dinheiro e nada disso. Ele tentou ajudar
porque já tinha outro cidadão lá que ajudava o rapaz, outro enfermeiro",
afirmou o advogado do técnico, Armyson Lee.
Crime
O caso
teria ocorrido em 2018 quando o servidor público trabalhava na Fundação
Hospitalar do Acre (Fundhacre), na capital acreana. Além do servidor, o
paciente que recebeu o medicamento também foi condenado a prestar serviços
comunitários.
O G1 não conseguiu contato com a
defesa do paciente.
O
advogado do servidor contou que o paciente chegou com fortes dores na unidade
de saúde. Lee negou que o cliente dele tenha fraudado algum documento, mas
confirmou que ele aplicou duas doses de morfina no paciente.
“A
denúncia passou despercebida, o senhor tem uma doença crônica e sente muitas
dores. Então, estava precisando urgentemente de remédios e não estava
conseguindo. Não houve dolo, é tanto que foi condenado a dois anos, em aberto,
mas estamos apelando por não caber o dolo aí”, argumentou.
Após o
caso ser descoberto, Lee disse que o servidor foi afastado do cargo e segue
atualmente sem emprego. No julgamento, o paciente e também réu afirmou que
tinha tentado conseguir o remédio no Pronto-Socorro de Rio Branco, mas não
conseguiu e foi à Fundhacre.
“Não
fraudou nada. O caso é que conseguiu duas morfinas para aplicar no idoso. Foi
uma solidariedade porque tinha ido várias vezes no PS, não tinha conseguido e
não aguentava mais de dores nas costas. Não houve lucro nenhum, apenas estava
ajudando o cidadão”, concluiu.