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Jovem reinfectada por coronavírus achou que estava imune ao 1º diagnóstico

 De cada quatro profissionais de saúde infectados com coronavírus ...

Infectada duas vezes com a Covid-19, a técnica de enfermagem Gabriela Carla da Silva, de 24 anos, relata ter vivido uma falsa sensação de segurança quando voltou a apresentar sintomas da doença.

Com o segundo diagnóstico em 50 dias, entre maio e julho, a jovem que atua na rede pública de saúde de Ribeirão Preto (SP) conta que não acreditava na possibilidade de voltar a ter o novo coronavírus até fazer o teste por recomendação de colegas de trabalho.

“Eu estava com bastante dor de garganta, o nariz bem congestionado, bastante coriza, muita dor de cabeça, até mais do que a primeira vez e aí falei: ‘mas não pode ser Covid, porque eu já tive Covid’. Continuei trabalhando porque eu já tinha tido, não pensava que poderia ser”, diz.

A reincidência do vírus na jovem, considerada rara pelos médicos, será investigada pela USP de Ribeirão Preto (SP) e será levada à comunidade científica internacional. Segundo os pesquisadores, há registro de apenas outro caso semelhante ao de Gabriela, em Boston, nos Estados Unidos.

O médico infectologista Marcos Boulos, chefe da Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo e ex-diretor da Faculdade de Medicina da USP, acredita ser “difícil” uma reinfecção pelo novo coronavírus em tão pouco tempo.

Primeira infecção

Em 4 de maio, Gabriela entrou em contato com um colega de trabalho infectado. Dois dias depois, começou a sentir mal-estar, febre, congestão nasal, dores de cabeça e de garganta.

“Eu trabalho em uma unidade de saúde, então já estava tendo contato, mas tive contato confirmado com esse colega de trabalho em uma segunda-feira. Na quarta-feira eu comecei com os sintomas”, afirma.

No quarto dia após o surgimento dos sintomas, a técnica de enfermagem passou pelo exame RT-PCR, que identifica o Sars-Cov-2 no organismo por meio de materiais coletados no nariz e na garganta. O resultado do primeiro teste, em 8 de maio, foi negativo, mas, como os sintomas persistiram, a paciente repetiu o exame cinco dias depois, em 13 de maio, quando testou positivo e foi afastada por duas semanas.

“O que mais me marcou nesse primeiro quadro foi a dor de cabeça e um pouco da dor de garganta, mas principalmente a dor de cabeça que se manteve por uns dez dias”, lembra.

Segunda infecção

Gabriela afirma que se recuperou completamente e voltou ao trabalho, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Ribeirão Verde, na zona Leste de Ribeirão Preto, segura de que estaria imune.

Ela voltou a apresentar os mesmos sintomas 38 dias depois e, em um primeiro momento, os associou a um quadro gripal, mas foi orientada por colegas a fazer um novo teste para a Covid-19, que deu positivo em 2 de julho.

“Conversei com a equipe do trabalho e falaram que, mesmo assim, era importante coletar o teste. Foi quando coletei novamente e fui afastada até sair o resultado e veio positivo novamente”.

De acordo com ela, o novo período de afastamento foi mais difícil que o primeiro, com perda do olfato, do paladar, sensação de febre, e uma dor de cabeça mais forte, embora não tenha ficado acamada. “Eu me senti mal nos 14 dias de afastamento.”

Gabriela se diz recuperada pela segunda vez e já voltou ao trabalho, com todos os equipamentos de segurança, e determinada a ajudar os médicos a compreender o comportamento do novo coronavírus. “Pretendo entender o que realmente aconteceu e realmente ajudar na pesquisa”.

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