'Amor saudável', diz coordenadora sobre namoro entre alunos da Apae
'Quero casar', diz jovem que conheceu namorada dentro da Associação.
Na Apae, casais são monitorados para não 'passar dos limites'.
Durante a festa de ampliação da Associação Pais Amigos Excepcionais (Apae) em Cruzeiro do Sul, realizada nesta quinta-feira (9), o G1 encontrou dois casais que iniciaram, dentro da sede, um namoro e hoje lidam com as deficiências um ao lado do outro. A coordenadora da escola fala da importância desses relacionamentos no convívio desses casais.
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Como são pessoas com algum tipo de deficiência, a coordenadora da unidade, Graça Araújo, que trabalha no local há 12 anos, explica que o relacionamento é monitorado pelos profissionais. “É importante dizer que esses namorinhos são observados por nós, para que não passem dos limites como em qualquer outra escola. Mas, a gente observa que são relacionamentos saudáveis, cheios de proteção e amor”, revela.
Juntos há mais de três anos, Roberto Diniz e Maria José contam que se apaixonaram e convivem até hoje. Graça diz que a família é ciente do namoro e que, inclusive, o rapaz é um galanteador que adora dar presentes.
"No Dia dos Namorados, ele sempre traz um presente para ela. A mãe dele compra e ele entrega. Então, é um amor saudável, bonito, que chega a nos emocionar com a inocência e a bondade que falta em relacionamentos que vemos por aí”, explica.
Amor à primeira vista
Diniz conta que quando viu Maria foi amor à primeira vista e que tem planos para seguir ao lado dela no futuro. Ele tem síndrome de Down e ela é deficiente mental. “Conheci ela aqui e me apaixonei. Estamos juntos desde então. Quero casar com ela”, destaca.
Maria José tem deficiência mental e diz que ele demorou a conquistá-la. "Eu gostava dele, só não dizia. Até que a gente ficou e agora não vamos mais nos separar”, garante.
Outra que também conheceu o amor na associação foi a Alcione Silva, que namora há quase dois anos Rair Oliveira. A coordenadora revela que ele faltou por alguns dias às aulas e Alcione ficou bem preocupada. “Ela é uma namorada extremamente preocupada com ele. Então, foi à secretaria e pediu que a gente ligasse porque estava com saudade”, conta Graça.
A coordenadora diz ainda que conviver com esses casais a fez acreditar no amor e no carinho entre as pessoas. "É uma questão de perspectiva, eles se contentam em dar amor, carinho e cuidado a quem eles gostam. Mostram que o amor não é privilégio de ninguém, mas sim um dom de todos”, finaliza
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