SGA descarta cancelamento de concurso da Polícia Civil no Acre
As secretarias
de Gestão Administrativa do Acre (SGA) e de Polícia Civil emitiram uma nota
descartando a possibilidade de cancelamento do concurso da Polícia Civil do estado,
realizado no último domingo (7). A resposta foi divulgada nesta
quarta-feira (10) devido uma polêmica envolvendo o certame após três candidatos
que fariam as provas em Cruzeiro do Sul terem feito na capital Rio Branco.
“O processo
seletivo realizado no último domingo será mantido obedecendo o que rege o
conteúdo do edital, instrumento legal e que norteia a execução do concurso
público de forma transparente. Qualquer situação fora da legalidade será
apurada com rigor estabelecido em lei e a empresa realizadora do certame será
responsabilizada por qualquer situação que não esteja prevista no conteúdo do
edital”, informaram as secretarias na nota.
A instituição
organizadora do concurso, Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento
Executivo (Ibade), confirmou a situação e afirmou que autorizou que os três
fizessem prova em Rio Branco, após os candidatos comprovarem que voo foi
cancelado por mau tempo.
“O voo que
sairia de Rio Branco para Cruzeiro do Sul foi cancelado por más condições
meteorológicas. O órgão teve acesso a essa informação e entendeu que os
candidatos não poderiam ser prejudicados, e foi solicitado que os colaboradores
responsáveis pelas unidades de aplicação incluíssem todos que aparecessem com a
declaração da companhia aérea e do comprovante de pagamento da passagem,
respeitando assim, o edital do certame que prevê e autoriza a decisão tomada
pelo executante em hipótese de força maior”, disse o Instituto.
Candidata
ao cargo de delegado questiona situação
Uma candidata
ao cargo de delegado, que preferiu não ter o nome revelado, estava na sala em
que os três candidatos entraram para fazer a prova. Segundo ela, que é do
estado de Sergipe, o trio entrou no local de prova após todos os outros
candidatos já terem recebido tanto a folha de resposta como a prova.
“As provas já
tinham sido entregues, só não tinham sido liberado o acesso à prova, quando o
fiscal chefe chegou com três pessoas e informou que eles estavam entrando,
porque o Ibade tinha liberado. Que era para terem feito a prova em Cruzeiro do
Sul, não conseguiram pousar por conta do mau tempo e o Ibade analisou a
situação deles e permitiu que fizessem a prova lá”, detalhou.
Após receberem
a informação, ela conta que os candidatos ficaram sem entender, mas que não
reagiram, pois já estavam com as provas e qualquer reação poderia eliminá-los.
A candidata questiona ainda o fato dos cartões de respostas dos candidatos, que
devem ser nominais, estarem em branco.
“Os três
sentaram, o fiscal mostrou para a gente que as folhas de respostas entregues
para eles estavam em branco, mas não mostrou como seria feita a identificação
daqueles candidatos, como colocariam os nomes deles. Se foi colocando nome a
caneta, isso é fácil de ser fraudado. A única coisa que foi mostrado é que a
folha de resposta estava em branco, ou seja, não estavam pintados os itens de
resposta”, questiona a candidata.
A sergipana
afirmou que, como estava com viagem de retorno para casa já marcada para o
mesmo dia da prova, não teve tempo de procurar a polícia para fazer a denúncia
ou o Ministério Público.
“Acabei a prova
e logo em seguida tinha voo para voltar para meu estado. Mas, indaguei o fiscal
chefe e outras pessoas também, e ele informou que já tinha sido analisado e
decidido pela banca e que qualquer problema procurássemos outros meios”,
concluiu.
O
concurso
Mais de 13,2
mil pessoas se inscreveram para um total de 250 vagas no nível superior – 176
para o cargo de agente de polícia, 20 para auxiliar de necropsia, 18 para
delegado e outras 36 para escrivão. As provas foram aplicadas nas cidades de
Brasileia, Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Sena Madureira e Tarauacá.
Além das provas
objetivas, discursivas e de títulos, feitas no domingo, o processo inclui
outras duas fases de caráter eliminatório e/ou classificatório. A segunda
trata-se dos testes de aptidão física, exame psicotécnico, prova prática de
digitação, exame médico e toxicológico e investigação criminal e social. A
última etapa será o curso de formação.
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