Ex-prefeito de Xapuri, servidores e empresas são condenados a devolver mais de R$ 700 mil aos cofres públicos
Processos são relacionados a irregularidades na utilização de recursos em convênios, repasses e reprovação de contas na execução de programa em Xapuri. Além de ex-prefeito, servidores públicos e empresas também tiveram bens bloqueados.
Por Luan Cesar, G1 AC, Rio Branco
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AJustiça do Acre determinou o bloqueio dos bens de
Marcinho Miranda, ex-prefeito de Xapuri, interior do Acre, e de seis servidores
públicos do Município em quatro diferentes processos de improbidade
administrativa contra eles.
Além deles, o Judiciário também
decidiu bloquear os bens de cinco empresas por irregularidades em obras
públicas executadas na cidade.
A decisão, publicada na edição do
Diário da Justiça Eletrônico do último dia 25, é da Comarca Xapuri e atende os
pedidos feitos pelo Município nos quatro processos movidos contra os réus. O G1 tentou por diversas vezes entrar em
contato Miranda, mas não teve retorno até esta publicação.
Fora a determinação do bloqueio dos
bens, a Justiça também condenou o ex-gestor a devolver de R$ 716.995,71 aos
cofres públicos da cidade somado as quatro condenações.
No primeiro processo, ele, uma
empresa e dois servidores são acusados de não devolverem R$ 350 mil pela
reprovação das contas na execução do programa Calha Norte, em parceria com o
Ministério da Defesa, na cidade.
As contas foram reprovadas devido o
valor da parcela executada ter sido inferior ao descrito no plano de trabalho.
Com isso, a Prefeitura devia devolver os R$ 350 mil que sobraram, o que não
aconteceu à época. Pela gestão não ter feito a devolução do valor, o Município
ficou inadimplente. Já a segunda ação civil se refere a irregularidades em um
convênio com Ministério das Cidades.
A parceria em questão visava a
construção de casas populares. De acordo com o Judiciário, houve dano ao
erário, já que foram encontradas irregularidades na aplicação de mais de R$ 54
mil dos R$ 218.537 mil destinados ao projeto.
Com isso, o ex-prefeito vai ter que
devolver R$ 54.133,91 ao caixa de Xapuri. Além dele, uma empresa e uma
funcionária municipal também foram condenados.
Fora Miranda, duas empresas e outras
duas servidoras públicas vão ter que devolver R$ 251.947,40 por irregularidades
na execução de um convênio com a Secretaria de Politicas Públicas para as
Mulheres (SEPMulheres).
O terceiro processo não descreve que tipo de
irregularidade foi encontrada na execução do convênio, mas também solicita o
bloqueio dos bens de todos.
No quarto processo judicial, o
ex-prefeito responde sozinho e foi condenado a pagar mais de R$ 60 mil ao
Tesouro Municipal de Xapuri por descumprimentos das metas estabelecidas em um
repasse feito pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
O Município recebeu R$ 134.381 para
aquisição de um veículo traçado e construção de um açude e fábrica de sabonete
em Xapuri.
Entretanto, a gestão conclui apenas
57,64% do projeto e não utilizou o valor total do empenho. Devido a isso, o
valor restante, de R$ 60.914,40, devia ter sido devolvido ao governo federal, o
que não aconteceu. O juiz Luis Pinto, da Comarca de Xapuri, lembrou que o
bloqueio dos bens é uma medida cautelar usada para garantir que condenações de
cunho patrimonial sejam cumpridas.
Para o juiz, é evidente que uma
demora da decisão judicial cause um dano grave ou de difícil reparação ao
Município de Xapuri.
“Sobretudo em razão do excepcional
interesse público da população local, entendo justificável a concessão da
medida liminar pleiteada”, destacou Pinto na sentença. O magistrado também o
registro de inadimplência contra Xapuri seja suspenso.