Quase metade da população do Acre vive na linha de pobreza, aponta IBGE
Ao todo, 47,7% dos acreanos são pobres e 17,4% enfrentam a extrema pobreza. Síntese de Indicadores Sociais foi divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (5).
Falta de banheiro e condições de moradia
Distribuição de renda por raça
Por Quésia Melo, G1 AC — Rio Branco
Quase
metade da população do Acre está na linha de pobreza, conforme a Síntese de
Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que 47,7% dos
acreanos viviam em situação de pobreza em 2017.
Apesar do número alto, a
pesquisa apontou que a situação de pobreza no Acre se manteve estável. Em 2016
o percentual de pobres era de 47,6% e no ano passado 2017 esse número se elevou
minimamente para 47,7%.
O IBGE considera na
linha de pobreza quem possui rendimento inferior a US$ 5,5 por dia, o que
corresponde a cerca de R$ 406 por mês. Essas linhas foram definidas pelo Banco
Mundial para acompanhar a pobreza global.
É considerada em
situação de extrema pobreza quem dispõe de menos de US$ 1,90 por dia, o que
equivale a aproximadamente R$ 140 por mês. No Acre, proporção de pessoas
vivendo na extrema pobreza era de 17,4%.
Em toda
a região Norte, 11,8% da população vivia em situação de pobreza extrema. Além
do Acre os estados do Amazonas, Pará, Amapá, Piauí, Ceará, Alagoas e Bahia
também tinham quase metade da população pobre.
Em apenas um ano, o
Brasil passou a ter quase 2
milhões de pessoas a mais vivendo em situação de pobreza. De
acordo com a pesquisa, em 2016 havia no país 52,8 milhões de pessoas em
situação de pobreza no país. Este contingente aumentou para 54,8 milhões em
2017, um crescimento de quase 4%, e representa 26,5% da população (em 2016,
eram 25,7%).
Falta de banheiro e condições de moradia
A
pesquisa do IBGE também apontou que o Acre tem o maior índice de ausência de
banheiro de uso exclusivo do domicílio, no to tal a cada mil pessoas 18,3 não
tinham acesso, ou seja, 8,5% da população.
Na capital a proporção a
cada mil pessoas é de 2,5 não têm acesso a banheiro exclusivo e com condições
adequadas. A porcentagem da falta de acesso em Rio Branco é de 23,4%.
Além disso, 14,3% dos
acreanos informaram que tinha gastos excessivos com aluguel. Em Rio Branco o
percentual é ainda maior, total de 15,1%.
Os dados do IBGE mostram
ainda que 20% da população tinha moradias com paredes externas construídas com
materiais não duráveis. No total de pesquisados, 15,9% informaram que tinham ao
menos uma inadequação em casa.
Falta de saneamento
A cada mil acreanos
quase 24 não tinham coleta de lixo direta ou indireta, total de 6,1%. Na mesma
proporção, a média de 48,1 não tinha acesso ao abastecimento de água pela rede
geral, somando 4,2% da população.
Outro dado
destacado é a ausência de esgotamento sanitário e rede coletora pluvial. No
Acre, a cada mil pessoas 68,4 informaram que não tinham esgoto.
Distribuição de renda por raça
No
Acre, 85,3% das pessoas pretas ou pardas estão entre os 10% com menores
rendimentos em 2017. Já os brancos representam 14,1% da população com menor
rendimento.
Já entre os 10% com
maiores rendimentos os brancos representam 31,8%, enquanto os pretos e pardos
somam 67,7%. O número é menor que o registrado em 2016, quando os pretos e
pardos representavam o valor percentual de 69,9%.