Com mais de 20 mil casos de Covid-19, Educação adia para 2021 volta de aulas presenciais no Acre
Fórum Estadual de Educação ocorre na tarde desta segunda-feira, para debater ano letivo no Acre. Aulas presenciais estão suspensas desde março devido à pandemia.
A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte do Acre (SEE)
decidiu adiar para o ano que vem a volta das aulas presencias no estado. A
informação foi confirmada nesta segunda-feira (3), à Rede Amazônica Acre, antes
do Fórum Estadual de Educação, que ocorre com gestores das escolas e outras
instituições.
As aulas presenciais nas
redes pública e privada estão suspensas desde o dia 17 de março, na semana em
que o Acre confirmou os três primeiros casos de Covid-19. Desde então, os alunos têm acesso ao
conteúdo escolar pela internet por videoaula, pelo rádio
com audioaula, pela televisão e também pelo material impresso adquirido nas
escolas.
Inicialmente, a SEE
planejava retomar com as aulas presenciais em
setembro e estender o calendário até fevereiro de 2021.
Para isso, a gestão divulgou enquetes para
ouvir os professores, alunos e pais e responsáveis sobre o possível retorno.
Porém, o secretário
de Educação do Estado, Mauro Sérgio, explicou que as equipes acreditavam que em
setembro a pandemia estaria perdendo força no Acre, mas percebeu-se os casos da
doença continuam em crescimento, inviabilizando o retorno presencial para as
salas de aula.
“Então, a Secretaria
de Educação defende que a gente precisa ampliar e melhorar a presença das
atividades à distância e deixando para o momento propício e que não assuste
mais a população, que esteja tudo sob controle – quem sabe até com a vacina – a
gente está deixando para outro momento, quem sabe para o início do ano que vem,
o reinício do ano letivo.
Nesta segunda, o boletim da
Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) mostrou que o estado atingiu mais
de 20 mil infectados pelo novo
coronavírus. O número de mortes subiu de 537 para 539 em todo
estado.
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Reforço no ensino à
distância
O gestor falou também que é
impossível reiniciar o ano letivo no mês de novembro devido às prestações de
contas, analises de contratos e convênios para serem finalizados.
“Não podemos mais pensar em retornar
as atividades em setembro porque o cenário não é propício e o mês de outubro
também acreditamos que não vai ser propício e a partir de novembro, para quem
trabalha na rede pública de ensino,iniciar o ano letivo é quase impossível.
Temos conta para fechar, contratos, tem Fundeb, recursos próprios, vários
convênios no final do ano. Não tem como manter a máquina andando se depois tudo
acaba paralisado por conta dessa situação financeira”, argumentou.
O encontro foi organizado também para
o Fórum ter acesso aos resultados das enquetes da Educação. Segundo o
secretário, as pesquisas orientam que ainda não é momento de retomar as
atividades nas salas de aulas presencialmente.
“Por isso, estamos referendando nossa
decisão a partir dessa enquete com o Fórum, ou seja, que vai nos referendar
para que a partir de agora a gente monte um documento orientativo para que
possamos encaminhar até nosso comitê Covid e, a partir daí, a gente centralizar
as nossas ações, melhor e ampliar as atividades à distância”, destacou o
gestor.
Sem retomada neste ano, a SEE vai
contratar mais servidores para reforçar o estudo à distância e planeja oferecer
internet para os alunos e professores que ainda não tenham acesso.
“A secretaria vem pensando na possibilidade
de oferecer internet para alunos e professores, estamos fazendo o levantamento
de quantos professores não tem máquina para trabalhar on-line para que a gente
disponibilize recursos para nossas escolas ou, então, temos que fazer parcerias
para que os professores tenham acesso a essas máquinas. Os lugares que não têm
internet vamos continuar levando a TV, o rádio e o material impresso”,
garantiu.
O coordenador do Comitê da Covid de
Rio Branco, Oswaldo Leal, também esteve presente na reunião e destacou a
importância de discutir as medidas e consequências para o retorno das aulas no
estado.
“Esse é um dos principais riscos,
lembrar que as crianças do ensino infantil e fundamental I tem muita
dificuldade de seguir a orientação sanitária, usar as máscaras, lavagem das
mãos, é normal nessa idade e, claro, que esse movimento diário de idas às
atividades presenciais nas escolas eleva o risco e isso é muito claro para nós
e essa preocupação precisa está dentro dessa discussão. Em que medida esse
risco pode ser diminuído com estratégias de barreiras sanitárias nas escolas”,
ressaltou.
Colaborou
a repórter Ana Paula Xavier, da Rede Amazônica Acre.