Açaí cultivado no Acre será exportado para países da Ásia
Uma empresa multinacional deve se instalar no Acre, no município do Bujari,
em 2014, com o objetivo de produzir açaí de alta qualidade para que a
fruta seja exportada aos países da Ásia. O estado, além de ter clima e
solo apropriados para o plantio, é cortado pela estrada que liga ao
pacífico, o que diminui os custos para exportação.
Há dois anos, Alcindo Nascimento, dono de uma empresa produtora de
Açaí, tem o sonho de participar do que ele chama 'ciclo do açaí', assim
como foi o da borracha, no século passado. O primeiro desafio era
organizar a cadeia produtiva da fruta, nativa da Região Norte.
A ideia inicial era cultivar para atender a demanda das Olimpíadas de
2016. Mas, o projeto inovador chamou a atenção de uma multinacional com
instalação prevista no estado para 2014. A previsão da primeira safra é
para 2015 e o açaí do Acre já tem destino certo: os países da Ásia. "É
um mercado grande, mas um mercado exigente. O produto tem que ter
qualidade e a gente está realmente com esse foco", diz Alcino.
Para garantir a qualidade do açaí, o projeto conta com muita pesquisa e
tecnologia. Com a irrigação automatizada, o produtor não terá
entresafra. A cada 15 dias, ele vai poder fazer a colheita da fruta
"Nós vamos eliminar as entresafras aqui e ter um melhor rendimento de
polpa do fruto: de 15 em 15 dias, 30 em 30, depende do manejo que o
produtor vai fazer, mas ele vai produzir continuamente", explica o
Engenheiro agrônomo da Universidade Federal do Acre (Ufac), Eleandro
Dapont.
Nas pequenas propriedades, no espaço entre uma muda e outra, será
possível ainda, cultivar abacaxi, banana e mandioca. Nas grandes, milho e
soja. O investimento por hectare, com 420 mudas, é de R$ 18 mil. Em
quatro anos, os resultados já começam a aparecer.
O produtor rural José Augusto acreditou no projeto. Na área de 200
hectares, a 70 km de Rio Branco, antes da plantação do açaí, a terra
servia de pasto. "Na década de 90 eu já pensava nisso. Acontece que a
questão de logística era péssima. Não tinha infraestrutura de estrada,
não tinha energia. Até a questão de demanda mesmo na época, não era tão
grande. Mas eu já tinha essa visão", conta.
Alcindo Nascimento acredita no crescimento rápido do negócio e espera
novos produtores para atender a demanda. "Agora, novos proprietários de
terras também entram no projeto para poder alavancar a produção. Porque a
gente precisa de uma produção bem grande para atender esses clientes
que estão se instalando. A gente está falando de 100 a 200 toneladas por
mês de produção", afirma.